A colonização europeia do Vale do Itajaí foi a principal responsável
pelo desenvolvimento econômico da nossa região. Foi navegando pelo rio acima
que chegaram os desbravadores. Os rios que serviram para escoar a riqueza no
passado, hoje levam os dejetos, esgotos, animais e muito plástico. Porém, a pujança dos colonizadores foi
suprimida pelo descaso com que a população vem fazendo com os rios que banham
as principais cidades do Vale do Itajaí. Primeiro, foi a ocupação desordenada
das regiões de várzea, que também é chamada de leito secundário do rio. Esse
leito abrigaria as águas nos períodos de chuvas prolongadas e enchentes. As
cidades de Taió, Mirim Doce, Rio do Oeste, Rio do Sul, Lontras, Aurora e
Ituporanga são as que mais registraram alagamentos ao longo dos anos. Todas
foram construídas em áreas onde a natureza usava para “acomodar” o excedente da
água do rio. Pior, aterros, e mais aterros são feitos a cada dia, sem lei e sem
fiscalização.
Um grande mutirão envolvendo entidades, poder público, empresas e
moradores de várias cidades da região tentam resgatar o rio para que no futuro
possamos amenizar os danos e melhorara a vida dos nossos filhos. O coordenador
de Comunicação Social da Usina do Consórcio Salto Pilão, Rubens Habitzreuter,
que organiza a Campanha "Rio Itajaí Pede Nossa Ajuda" reatou a
situação vivida diariamente por funcionários da Usina, que recolhem os entulhos
jogados no rio.
Ele falou da preocupação do Consórcio com a grande quantidade de resíduos
sólidos recolhidos diariamente na Usina de Salto Pilão, em Lontras. A presença
de embalagens de agrotóxicos é outra preocupação. “A agua do rio passa por cima da barragem em
uma das extremidades, onde uma grade retém o material sólido despejado no rio.
São encontrados vários tipos de animais mortos, cavalo, cachorro e gado”.
Rubens relatou que o lixo jogado nos rios da região já foi encontrado no
litoral Paranaense.
Ele também relatou que ouve no último ano ouve uma diminuição na
quantidade de embalagens de garrafas pet. “Não sabemos se isso é fruto da
campanha, mas a diminuição é perceptível”. A campanha atinge três segmentos: os
ribeirinhos e moradores das margens, estudantes
com palestras e distribuição de materiais nas escolas e por último as entidades
da sociedade organizada. O projeto prevê que no futuro o rio Itajaí passa a ser
parecido com rios europeus.
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