O empresário Adinei Sandri também investe em outro setor do
agronegócio. A criação de gado tipo “fórmula 1”, para os mercados e
consumidores mais exigentes. Para conseguir chegar a um gado de qualidade,
Sandri firmou intercâmbio com a Fazenda Mãe Rainha, que possui matrizes e
touros premiados e classificados entre os melhores do país. O diferencial da
Mãe Rainha é o pioneirismo em técnicas aliadas à alta tecnologia como a alta
seleção genética dos animais e o melhoramento de campo nativo, o que a faz uma
referência nacional na criação das raças Hereford e Braford.
Essas raças apresentaram maior ganho de peso e o melhor desempenho
econômico na região de Coxilha Rica, em Lages, onde fica a fazenda. Isso foi o
que motivou o empresário Taioense adquirir bovinos para serem criados na
Fazenda Nono Belli, em Passo Manso. Um dos sócios da Fazenda Mãe Rainha, o
advogado, Edson Riberio Colombo, filho do Governador Raimundo Colombo passou o
último final de semana conferindo a evolução e adaptação das raças na Fazenda do
Grupo Sandri. Colombo, também veio retribuir a visita ao amigo,
Adinei Sandri. Delemar Macedo, veterinário da Pfizer e Marcos Antônio
Ploncoski, veterinário da Eurofarma, amigos e criadores da região, também
acompanharam a visitação em campo.
Nerlize e Adinei Sandri, Colombo e
o empresário Rui Krenkel.
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Fazenda Nono Belli está encrava na Serra Geral |
Com a economia em crescimento, o Brasileiro está comendo melhor e
exigindo produtos de melhor qualidade.
Porém há a constatação de que a produção de carne de primeira linha é
insuficiente para atender a procura. “Se você investe na qualidade, ela te dá o
retorno, porque na hora de vender o nosso boi, conseguimos em torno de 15% a
mais, por causa da qualidade. As pessoas tem dinheiro pra comprar uma carne
melhor, mas muitas vezes não temos o produto no mercado”, disse Adinei Sandri.
O Rio Grande do Sul é a região do Brasil que produz carne de qualidade, além de
alguns lugares no Paraná e a região alta de Santa Catarina. Podendo se igualar
ao Uruguai e a Argentina, que produzem carnes de primeira linha. A Fazenda Nono
Belli, está encravada na Serra Geral, e possui clima semelhante à região de
Lages e o Rio Grande do Sul.
Criadores estão desenvolvendo programas em várias associações, para
ter escala de produção e buscar esse mercado. “O Adinei acabou de vender um
lote bois fórmula 1, em qualquer lugar do mundo será a melhor carne, em qualquer
restaurante do planeta. Porém, ali tem poucas algumas picanhas, em uma
churrascaria boa, vai tudo”, avaliou Edson Colombo. O empresário Lageano acredita
que em boa parte de Santa Catarina e inclusive Taió, as raças Hereford e
Braford são muito produtivas e consequentemente lucrativas.
“Essas raças crescem rápido, tem boa fertilidade, e as vacas dão
terneiros de qualidade com grande precocidade para o abate. A melhor carne do
mundo vem dessas raças Inglesas, junto com a Angus e a Devon”. Colombo acredita
que até em pequenas propriedades, é possível criar bois com alta qualidade. Ele
esteve recentemente na Nova Zelândia, que detém uma das mais altas
produtividades do mundo, para avaliar os tipos de pastagens e tentar adaptar novas
tecnologias em Santa Catarina.
Edson Colombo conferindo a nova geração de bois |
Em sua avaliação o problema enfrentado pelos criadores é que não existe
uma tabela de preço definindo uma diferenciação de carne, na hora da venda para
os frigoríficos. “Temos uma carne diferenciada e de altíssima qualidade, porém
essa mercadoria de luxo ainda não é vendida com o diferencial que a
caracteriza. Essa realidade vem mudando, mas está longe do potencial existente”,
finalizou Colombo.
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